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Marqueteiro compara crise de 2025 de Lula com escândalo do Mensalão; saiba mais

O ex-marqueteiro do PT, João Santana, responsável pelas campanhas de Lula em 2006 e Dilma Rousseff, afirmou que o atual momento de crise do governo é ainda mais grave do que o enfrentado durante o escândalo do Mensalão, em 2005.

Em entrevista ao jornal O Globo, ele destacou que as diferenças entre os dois períodos tornam a recuperação da popularidade do presidente um desafio ainda maior.

“Hoje temos a politização caótica e superficial das redes sociais; o crescimento dos evangélicos; a política judicializada; o Centrão como fiel da balança; a conjuntura mundial delicada. Nada disso existia em 2005”, pontuou Santana.

Ele também alertou que, mesmo que o governo consiga controlar a inflação e melhorar sua comunicação, isso pode não ser suficiente para recuperar a confiança do eleitorado. “Falar só de economia e comunicação é uma rota de fuga perigosa e equivocada”, afirmou.

O ex-marqueteiro apontou indícios de uma possível “fadiga de material” na imagem de Lula, mencionando que já em 2022 algumas pesquisas qualitativas indicavam um certo desgaste entre os próprios eleitores do petista. “Era desconforto com o tom da voz, com a postura corporal. Pode estar havendo uma fadiga de material. Em 2005, a crise foi moral […]. Naquele ano, ele era uma novidade. Tinha ímpeto. E, principalmente, tinha uma equipe ao redor”, analisou.

Bolsonaro fora da disputa em 2026?

Santana também opinou sobre o cenário eleitoral de 2026 e descartou a possibilidade de Jair Bolsonaro ser o principal adversário de Lula. Para ele, há grandes chances de o ex-presidente ser preso, o que mudaria completamente o tabuleiro político.

O marqueteiro vê potencial em Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, mas acredita que Michelle Bolsonaro poderia ser uma candidata ainda mais forte para a direita. “Michelle tem mais carisma e é muito religiosa. Por outro lado, dificilmente Bolsonaro deixará isso acontecer. É uma intuição, mas o machismo dele não permitirá o lançamento dela”, afirmou.